Dermatologistas, no entanto, alertam: filtro continua sendo essencial.
Novos métodos devem ser recomendados por médicos antes de usados.
Alícia Uchôa
Verão, praia e sol a pino. Para aproveitar as delícias da estação sem colocar a saúde em risco, a lei básica dos dermatologistas reitera: filtro solar é fundamental. E hoje já é possível se proteger de várias formas: gel, maquiagem, hidratante, cápsulas, sabonete, shakes e roupas que prometem resultados contra os temíveis raios UVA e UVB.
“A melhor maneira na prática de se proteger do sol é se proteger com óculos escuros, roupas, e, claro, substâncias com filtro solar. As outras formas são coadjuvantes, complementares”, avisa o presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia, Omar Lupi, que atesta as roupas com proteção solar e maquiagem.
“São roupas feitas em tecido de poliamida com fator de proteção de até 50. Alguns tecidos apresentam em sua composição fios especiais à base de dióxido de titânio que proporcionam maior proteção contra a radiação ultravioleta. Outros, como o algodão, recebem tratamento no momento do tingimento, quando é aplicado um aditivo que funciona como absorvedor de RUV”, explica o dermatologista Fabrício Lamy.
Proteção via oral
No mercado já surgiram também cápsulas com matérias-primas diferentes e até shakes. Mas nenhum deles garante proteção sozinho. “É um complemento à fotoproteção. O filtro solar é indispensável. E, apesar de poder ser vendido a qualquer pessoa, o ideal é que se procure um dermatologista primeiro para depois optar pelo melhor caminho”, pondera a farmacêutica da Officelab, Fernanda Chalabi.
Segundo ela, os produtos agem com oxidantes, no combate aos radicais livres. “A vermelhidão na pele é, na verdade, uma inflamação. Os fotoprotetores orais fortalecem o sistema de defesa do organismo e a pele fica mais resistente”, completa Chalabi.
Sabonete com FPS 15
Ano passado, chegou por aqui o sabonete com filtro solar. Vendido apenas em farmácias de manipulação, tem um princípio ativo chamado Aquea SPF Base, que, uma vez passado sobre a pele, é ativado em contato com a água.
“Quando você aplica o sabonete e passa água ocorre uma reação química na pele, que o fixa. A idéia é ter um filtro de praticidade no dia-a-dia, para passar no rosto ou para um tratamento de mãos”, explica o esteticista Orlando Sanches, que lembra que seu fator máximo de proteção é 15.
Isso quer dizer que o produto também é um produto para reforçar a proteção, mas não é suficiente para que um paciente resolva usá-lo no banho e seguir para a exposição direta do sol na praia ou piscina. Sanches lembra ainda que quem faz algum tratamento com outros produtos dermatológicos deve antes procurar um dermatologista.
Fator de proteção
Para garantir a saúde da pele, o fator de proteção deve ser, no mínimo, 15. “Para a maioria da pessoa, o fator 30 resolve bem. Ele protege 93% dos raios ultravioletas. A partir daí, o ganho é muito pequeno. Num com fator 60, por exemplo, você aumenta para 95%”, explica Omar.
“O fator de proteção nunca deve ser menor que 15, mesmo para as peles mais morenas, e deve ser usado 20 minutos antes de sair de casa e reaplicado, em média, a cada duas horas”, completa a dermatologista Denise Barcelos, que pede atenção à validade do produto e lembra que o ideal é que o filtro seja usado todos os dias, mesmo sem sol.